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Roda de conversa discute estratégias de adaptação e mitigação climática
Por Isabella Rodrigues e Luiza Regina
A segunda roda de conversa da 6ª edição do Plante Rio, com o tema central “Estratégias para Adaptação e Mitigação Climática”, contou com a mediação do engenheiro florestal Beto Mesquita e trouxe reflexões sobre como enfrentar a crise climática, apresentando alternativas que conciliam natureza, tecnologia e justiça social.
Eduardo Seoane, biólogo e pesquisador do EMBRAPA Florestas em agroflorestas ressaltou o poder das agroflorestas para restaurar a Mata Atlântica. Ele explicou que essas práticas não apenas sequestram carbono, mas também formam corredores ecológicos essenciais para a biodiversidade. “A agrofloresta não é extrativismo, é plantio!”, disse Seoane.
Fabiana Peneireiro trouxe uma perspectiva que une agroecologia e soberania alimentar, defendendo que o uso inteligente dos recursos florestais pode garantir a produção sustentável e o combate à fome. Ela reforçou a necessidade de se integrar à floresta de forma harmoniosa, respeitando seus ciclos e potencializando sua capacidade de regeneração.
Pierre Martin trouxe a proposta dos “jardins de chuva” como uma ferramenta para adaptar as cidades às chuvas intensas e minimizar os impactos das enchentes. “A chuva não mata, o que mata é a cidade mal planejada que não pensa nela”, destacou Martin. Ele também mencionou a importância de restaurar processos ecossistêmicos para garantir resiliência urbana diante dos desastres climáticos.
Celso Sanchez, do GEASur, destacou a importância da educação comunitária no combate às mudanças climáticas. Segundo ele, a preservação das florestas e a resistência ao desmatamento estão diretamente ligadas à luta contra o racismo ambiental. Ele defendeu que, para mitigar os impactos da crise climática, é preciso fortalecer o conhecimento das comunidades mais vulneráveis e capacitá-las para agir como protagonistas na preservação do meio ambiente.
Ivana Bentes, da UFRJ e Mídia Ninja, abordou a necessidade de uma comunicação eficaz para combater o negacionismo climático. Segundo ela, aproximar o tema do cotidiano e evitar narrativas extremistas é fundamental para engajar a sociedade na luta contra a crise climática.
Por fim, Adriana Schneider apresentou a moeda social “Muda”, uma proposta de economia solidária que visa valorizar a cooperação entre comunidades e promover um modelo econômico sustentável. A “Muda” surge como uma alternativa que fortalece as redes locais, priorizando o consumo consciente e a sustentabilidade.
O evento mostrou que, diante dos desafios climáticos, as soluções estão em unir forças entre as esferas da educação, agroecologia, restauração ambiental e comunicação. O Plante Rio continua a se destacar como um espaço de debate e troca de saberes, crucial para enfrentar a crise climática.
Da Redação Plante Rio
Sob supervisão de Clara Lugão e Matt Vieira
Foto: Antonio Stewart