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Diálogos e práticas agroflorestais: plantando futuros possíveis

Por Joana Stewart

Na manhã deste sábado, 21, a ESDI (Escola Superior de Desenho Industrial da UERJ), recebeu a oficina “Diálogos e práticas agroflorestais” do Plante Rio. Celebrando o dia da árvore, o coletivo Mutirão Agroflorestal, em conjunto com a empresa de consultoria ambiental, Carpe Projetos, facilitaram esse encontro, buscando a troca de conhecimento entre os já habituados ao manejo agroflorestal e às pessoas que ainda não viveram essa experiência, mas chegaram junto para aprender.

O encontro se iniciou com uma roda de conversa para discutir os objetivos do dia e propor os possíveis manejos a serem feitos para transformar o terreno em um espaço mais vivo e interativo. A educadora socioambiental Denise Amador enfatizou a importância do Mutirão para ativar uma rede de pessoas dispostas a “botar a mão na massa”. Ela acrescenta: “É importante ter esse momento. Essa festa na terra, plantando árvores, colocando comida na terra, deixando esse ambiente melhorado com a presença humana e dizer que o ser humano pode ser um ser querido no planeta”. 

Depois de caminhar pelo espaço em silêncio e observar o que poderia ser feito, o grupo começou o trabalho: poda da bananeira, colheita e separação do ora pronobis e da batata doce (que ganharam um canteiro próprio), afofar a terra, limpar o terreno e colocar o adubo nos canteiros que iam sendo formados. Enquanto esse trabalho brotava no chão, os galhos de uma grande amendoeira abriam um espaço no céu. O biólogo João Henrique Martins, que participava da oficina, falou sobre a importância da poda dessa grande árvore que além de abrir espaço para entrada de luz no terreno, gera matéria orgânica que alimenta o solo onde serão plantadas as mudas depois.

Salsinha, cebolinha, alface roxa, crespa e lisa, almeirão, espinafre, alecrim, brócolis, maracujá, orégano, pimenta, cacau, palmeira juçara e muitas outras mudas foram sendo organizadas e distribuídas nos canteiros já preparados. Uma camada de folhas verde cobriu o chão em volta das mudas plantadas. Tomás, um dos representantes do Carpe, explicou a importância do processo de triturar as folhas para que os nutrientes sejam mais facilmente absorvidos pelas mudas, que ainda são plantas muito frágeis e podem precisar dessa ajudinha.

Com o espaço transformado, a luz entrando e o verde brilhando no chão, a mudança no terreno da ESDI foi notável. A diretora da unidade acadêmica Zoy Anastassakis ressaltou a importância da manutenção do espaço, convidando o grupo para promover mais encontros e mutirões. “Eu, como gestora, sonho que isso aqui seja um laboratório vivo e praticado por quem tem desejo de plantar, então fica o convite aberto pra todo mundo. Hoje é o primeiro de muitos”.

O Mutirão promoveu encontros e sinergias que seguem germinando, transcendendo as mudas debaixo da terra. O encontro se encerrou deixando no ar o desejo comum de plantar um futuro melhor que só se mostra possível a partir da coletividade em prol da justiça climática e da segurança alimentar.

Da Redação Plante Rio

Sob supervisão de Clara Lugão e Matt Vieira 

Foto: Antonio Stewart