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Movimento Lixo Zero + Fundição Progresso: fique por dentro dessa parceria linda
Responsável por fazer a coleta seletiva acontecer, Rogério Santos é o elo especial entre o Lixo Zero e a Fundição Progresso, em prol da conscientização ambiental
A Fundição Progresso é muito plural, não é? Centro cultural, casa de show, reduto de ações sustentáveis, tem muito assunto tratado neste grande espaço, que fervilha, cheio de atividades durante uma semana inteira (e mais o final de semana), bem no coração da Lapa. Agora, uma pergunta: você sabia que existe um lugar na Fundição dedicado à coleta seletiva e reciclagem? Ainda sem nome batizado, mas já conhecido como usina, é ali que todo o descarte correto do lixo produzido durante os eventos acontece. Quem toca tudo isso com maestria é o Rogério Santos, coordenador de projetos de implantação do programa de coleta seletiva do Movimento Lixo Zero.
Rogério é um elo entre a Fundição Progresso e o Movimento Lixo Zero, juntos nesta parceria mais que especial, a casa coloca em ordem o lixo produzido e, para além disso, traz para si a responsabilidade em fomentar e chegar junto na conscientização ambiental. O profissional também defende a importância em valorizar os catadores da cidade, que atuam em conjunto na coleta seletiva. Segundo ele, o apoio é importante uma vez que o escoamento de resíduos é feito com a colaboração de cooperativas de catadores. Na Fundição, a retirada dos resíduos é feita por meio de cooperativas de Gramacho, Nilópolis, Santa Teresa e outras.
"Eu fui convidado para trabalhar aqui, na Fundição, em novembro de 2019. Para chegar junto, solicitei que eles me permitissem fazer uma gestão de resíduos de forma sadia, deixando o lugar organizado e higienizado. A Tina, coordenadora do Centro Cultural Fundição Progresso, me procurou para desenvolver as atividades com a coleta na casa e agora estou aqui construindo a usina, onde realizo oficinas e sonho em criar um centro de educação ambiental”. conta Rogério.
Trajetória
A história de vida de Rogério Santos é cheia de grandes desafios e foram eles que direcionaram o caminho do profissional na área de gestão de resíduos. Paulistano de Tiradentes, um dos bairros mais periféricos de São Paulo, vivenciou nos anos 90 a dificuldade da dependência química, assunto abordado sem nenhum sinal de embaraço, pois foi a atuação na coleta seletiva, iniciada na Associação de Moradores de Tiradentes, que Rogério se recuperou, tratando a adicção e se inserindo neste mercado de trabalho.
“Eu tive contato com a reciclagem entre 1998 e 1999, por meio de um projeto chamado ‘Praia Limpa’, eu vi aquele pessoal mexendo com aquelas coisas, fiquei curioso e pensei assim: se eles estão jogando esse lixo fora, eu vou vender o lixo e me movimentar economicamente. Esse era um projeto social desenvolvido na Associação de Moradores de Tiradentes e eu comecei a me reeducar ali. Após algumas experiências resolvi fundar, ao lado de amigos, o grupo P.U.E.I.R.A.S - Para Unir Essa Rapaziada A Gente Sua. Todos nós resolvemos estudar coleta seletiva, gestão de resíduos de uma forma que pudéssemos agregar algum valor ao nosso trabalho. Dessa forma, nos tornamos pioneiros nesta área, em São Paulo.” Explica Rogério.
Em São Paulo, Rogério Santos desenvolveu trabalhos com gestão de resíduos para mais de 500 eventos, além do projeto de coleta seletiva para o Senac, sendo o primeiro profissional autodidata da instituição. No Rio, fundou a Copeagan, Cooperativa de Agentes Ambientais de Nilópolis, atuou na Cooperativa Transformando, no Caju, elaborou projetos em gestão de resíduos para o Aqua Rio, Fluminense, Park Shopping Campo Grande. Atualmente desempenha atividades como coordenador do Lixo Zero e realiza a gestão de resíduos da Fundição Progresso .
Por: Joyce Lima
Foto: Moisés Santana